Aprenda sobre a Catapora

Dicas de Saúde

A catapora ou varicela é uma doença muito comum na infância que apesar de benigna na maioria dos casos é altamente contagiosa. É auto-limitada e apresenta duração de uma semana a dez dias mais ou menos, o que impede a criança de frequentar a escola durante esse período.

Atualmente encontra-se em declínio no Brasil em virtude da introdução de vacina em meados dos anos 90. Infelizmente, essa vacina ainda não faz parte do quadro de vacinas básico brasileiro. A vacina deve ser administrada em crianças após os doze primeiros meses de vida, indivíduos imunodebilitados ou que passarão por tratamento químio ou radioterápico.

A catapora é causada pelo vírus varicela-zóster, Herpesvirus varicellae, que se manifesta normalmente uma única vez. Entretanto, a pessoa que foi infectada, mesmo imunizada, fica com o vírus em seu organismo pelo resto de sua vida e eventualmente, no futuro, poderá vir a desenvolver uma doença conhecida como “cobreiro” ou herpes-zóster, caso haja uma queda em sua imunidade natural.

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A criança infectada apresenta mal-estar e sintomas como febre, dor de cabeça, dor de barriga ou perda de apetite um a dois dias antes do aparecimento das primeiras erupções. Inicialmente aparecem manchas avermelhadas que por sua vez formam bolhas ou vesículas cheias de líquidas que após estourarem originam lesões sobre as quais se formam crostas que irão se desprender alguns dias depois. Essas lesões podem deixar manchas ou cicatrizes em casos que não forem tomados os devidos cuidados e ocorrer infecção bacteriana. Durante essa fase ocorre intensa coceira que acarreta intenso sofrimento às pessoas infectadas.

A catapora é de fácil transmissão e o contágio pode ocorrer por contato com secreções respiratórias provenientes de tosse ou espirros, saliva e com o líquido contido no interior das vesículas ou bolhas. Mesmo indivíduos infectados com uma formas mais moderadas da doença podem ser fontes de contaminação.

Não há tratamento específico para a catapora assim como outras doenças virais e basicamente deve-se procurar aliviar os sintomas associados à doença. Também é necessário evitar a contaminação das lesões por bactérias oportunistas que podem agravar o quadro da doença.

A febre e as dores devem ser tratadas com analgésicos e anti-térmicos e pode-se opcionalmente fazer uso de anti-histamínicos para aliviar a coceira, sempre sob a supervisão de profissional habilitado, médico ou farmacêutico. Lembre-se de manter o paciente em repouso quando este apresentar um quadro febril e evitar o contato com outras pessoas para evitar disseminação da doença.

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A higiene também é muito importante no alívio da coceira e podem ser utilizados sabonetes anti-sépticos para lavar as feridas e prevenir infecções. As erupções devem ser secas com toalha limpa sem esfregar que deve apenas ser comprimida suavemente sobre as lesões. Em crianças deve-se manter as unhas bem curtas para evitar o agravamento das lesões quando a criança se coça. Também deve-se evitar arrancar as crostas das lesões à medida que estas regridem.

Devem ser oferecidos alimentos leves ao doente e bastante líquido para manter o equilíbrio hídrico.

O uso de ácido acetil-salicĺico (AAS) é contra indicado para o tratamento da catapora visto que pode desencadear a síndrome de Reye, um quadro de alteração neurológica, se utilizado durante o curso da infecção.

Outro costume antigo e que também está em desuso é a utilização do banho de permanganato de potássio, sem comprovação científica que comprove sua eficácia. Também há o incoveniente da coloração e ressecamento da pele que pode requerer o uso de hidratantes.

O aciclovir também é uma opção que pode ser utilizada em pacientes acima de 12 anos ou imunodebilitados com maior risco de complicações. Não ocorre eliminação do vírus pelo uso dessa droga mas ocorre diminuição do tempo de curso da doença bem como do número de lesões sobre a pele e outros agravos.

Para complementar o conteúdo veja o Artigo sobre Vacinação

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Este foi um Guest Post Escrito por Cassilei Carvalho:

Farmacêutico, graduado pela UFMG, mineiro, casado. Gosto de computadores, internet e conhecer o funcionamento de aparelhos eletrônicos e mecânicos. Adoro consertar (ou pelo menos tentar) as coisas quando estragam, típico faz-tudo. Amo cozinhar, ouvir Rock’n’Roll e Pedalar.

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