Em fevereiro de 2017 a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou sua primeira lista de “agentes patogênicos prioritários” resistentes aos antibióticos – um catálogo de 12 famílias de bactérias que representam a maior ameaça para a saúde humana. A lista foi elaborada numa tentativa de orientar e promover a pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos antibióticos, como parte dos esforços da OMS para enfrentar a crescente resistência global aos medicamentos antimicrobianos.
A lista destaca, em particular, a ameaça de bactérias gram-negativas resistentes a múltiplos antibióticos. Essas bactérias têm capacidades inatas de encontrar novas formas de resistir ao tratamento e podem transmitir material genético que permite a outras bactérias se tornarem também resistentes aos fármacos.
“Esta lista é uma nova ferramenta para garantir que a P&D responda às necessidades urgentes de saúde pública”, diz Marie-Paule Kieny, subdiretora-geral da OMS para Sistemas de Saúde e Inovação. “A resistência aos antibióticos está crescendo, e estamos ficando sem opções de tratamento. Se deixarmos as forças do mercado sozinhas, os novos antibióticos que precisamos mais urgentemente não serão desenvolvidos a tempo”.
A lista da OMS é dividida em três categorias de acordo com a urgência em que se necessitam novos antibióticos: prioridade crítica, alta ou média.
O grupo mais crítico de todos inclui bactérias multirresistentes, que são particularmente perigosa em hospitais, casas de repouso e entre os pacientes cujos cuidados exigem dispositivos como ventiladores e cateteres intravenosos. Entre elas, estão Acinetobacter, Pseudomonas e várias Enterobacteriaceae (incluindo Klebsiella, E. coli, Serratia e Proteus). São bactérias que podem causar infecções graves e frequentemente mortais, como infecções da corrente sanguínea e pneumonia.
Essas bactérias tornaram-se resistentes a um grande número de antibióticos, incluindo carbapenemas e cefalosporinas de terceira geração – os melhores antibióticos disponíveis para tratamento de bactérias multirresistentes.
O segundo e terceiro nível da lista – as categorias de prioridade alta e média – contêm outras bactérias que são cada vez mais resistentes aos fármacos e provocam doenças comuns, como gonorréia ou intoxicação alimentar causada por salmonela.
Especialistas em saúde do G20 vão se reunir nesta semana em Berlim. Segundo o ministro Federal da Saúde da Alemanha, Hermann Gröhe, “Precisamos de antibióticos eficazes para os nossos sistemas de saúde. Precisamos agir juntos hoje para um amanhã mais saudável. Por isso, vamos discutir e chamar a atenção do G20 para a luta contra a resistência aos antimicrobianos. A primeira lista mundial de agentes patogênicos prioritários da OMS é uma nova e importante ferramenta para assegurar e orientar a pesquisa e o desenvolvimento relacionados aos novos antibióticos”.
A lista busca incentivar os governos a implementar políticas de incentivo à ciência básica e a P&D avançada, tanto por meio de agências financiadas pelo setor público quanto pelo setor privado, que invistam no descobrimento de novos antibióticos. O objetivo também é orientar novas iniciativas de P&D, como a Aliança mundial de P&D para antibióticos OMS/DNDi (Drugs for Neglected Diseases Initiative), que está comprometida com o desenvolvimento sem fins lucrativos de novos antibióticos.
A tuberculose – cuja resistência ao tratamento tradicional vem crescendo nos últimos anos – não foi incluída na lista porque é alvo de outros programas específicos. Outras bactérias que não foram incluídas, como estreptococos A e B e clamídia, têm baixos níveis de resistência aos tratamentos existentes e não representam atualmente uma ameaça significativa para a saúde pública.
A lista foi desenvolvida em colaboração com a Divisão de Doenças Infecciosas da Universidade de Tübingen, na Alemanha, mediante uma técnica de análise de decisão multicritério aprovada por um grupo de especialistas internacionais. Os critérios para a seleção de agentes patogênicos na lista foram os seguintes: o nível de letalidade das infecções que provocam; se o seu tratamento requer longas internações hospitalares; com que frequência apresentam resistência aos antibióticos existentes quando infectam as pessoas em comunidades; a facilidade para se espalhar entre os animais, dos animais aos seres humanos, e de pessoa para pessoa; se as infecções que provocam podem ser prevenidas (por exemplo, por meio de uma boa higiene e vacinação); quantas opções de tratamento permanecem; e se novos antibióticos para tratar as infecções que causam já estão sendo pesquisados e desenvolvidos.
“Os novos antibióticos que visam esta lista de patógenos prioritários ajudarão a reduzir as mortes devido a infecções resistentes em todo o mundo”, diz a professora Evelina Tacconelli, chefe da Divisão de Doenças Infecciosas da Universidade de Tübingen e uma das principais contribuidoras para o desenvolvimento da lista. “Esperar mais causará problemas adicionais de saúde pública e impactará enormemente na atenção aos pacientes”.
Embora aumentar a P&D seja essencial, essa ação isolada não basta para resolver o problema. Para lutar contra a resistência, também deve haver melhor prevenção de infecções e uso adequado de antibióticos existentes em seres humanos e animais, bem como uso racional de quaisquer novos antibióticos que sejam desenvolvidos no futuro.
Antibióticos são ferramentas poderosas para a doença de combate e doença, mas o uso excessivo ajudou a criar bactérias que estão sobreviver ao drogas usadas para tratá-los.
A resistência aos antibióticos é a capacidade de micróbios (bactérias, vírus, fungos e parasitas) para resistir aos efeitos de drogas. Isso significa que os germes não são mortos e seu crescimento não está parado.
O uso de antibióticos é o único fator mais importante que conduz a resistência a antibióticos em todo o mundo. As bactérias resistentes são mais comuns em ambientes onde os antibióticos são usados com freqüência: serviços de saúde, a comunidade e a produção de alimentos animal.
Os esforços para prevenir infecções resistentes incluem a imunização, o controle da infecção, administração de antibiótico (ou seja, boas práticas de prescrição antibiótico), o uso racional de medicamentos, a redução da propagação a partir de uma pessoa para outra, e proteger a fonte de alimento.
Os animais podem transportar bactérias nocivas em seus intestinos. Quando os antibióticos são administrados a animais, antibióticos matar a maioria das bactérias. Mas bactérias resistentes sobrevivem e se multiplicam.
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Algumas infecções causar …
Cerca de 1 em cada 5 infecções resistentes são causadas por germes de alimentos e animais (fonte: Ameaças resistentes aos antibióticos nos Estados Unidos, 2013).
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