13 Tipos de Erros de Dispensação e Como Evitar

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As farmácias e drogarias são estabelecimentos de extrema importância para a população nos aspectos relacionados à promoção e recuperação da saúde, por isso, devem assegurar a assistência farmacêutica durante todo o seu período de funcionamento e priorizar o uso racional e seguro dos medicamentos de acordo com a Lei 13.021 de 2014.

As farmácias têm como sua principal função a dispensação dos medicamentos de acordo com a prescrição médica, nas quantidades e especificações solicitadas, de forma segura e no prazo requerido, promovendo o uso seguro e correto de medicamentos. Assim, o farmacêutico com sua organização e sua prática deve prevenir que erros de dispensação aconteçam além de orientar os pacientes sobre os possíveis erros de administração dos medicamentos e correlatos.

Falhas na dispensação significam o rompimento de um dos últimos elos na segurança do uso dos medicamentos. Mesmo considerando, que grande parte não cause danos aos pacientes, os erros de dispensação, demonstram fragilidade no processo de trabalho e indicam, em uma relação direta, riscos maiores de ocorrência de acidentes graves.

Erros de dispensação ocorrem em nosso país com uma frequência relativamente grande e devem ser minimizados o máximo possível visto que, são evitáveis. É papel do farmacêutico realizar a correta análise e interpretação do receituário para garantir a dispensação de medicamentos de forma correta.

Os eventos adversos relacionados a medicamentos podem levar a importantes agravos à saúde dos pacientes, com relevantes repercussões econômicas e sociais.  Dentre eles, os erros de dispensação são ocorrências comuns e podem assumir dimensões clinicamente significativas provocando efeitos adversos que podem lesar o paciente, provocar internações ou em casos mais extremos deixar sequelas temporárias ou até permanentes. Tais ocorrências prejudicam não só a saúde do paciente como também prejudicam a imagem da farmácia e do farmacêutico.

Relação entre erro de dispensação e reação adversa:

Reação adversa pode ser considerada como qualquer resposta nociva ou indesejada ao medicamento,que ocorre na dose normalmente usada para profilaxia, diagnóstico ou tratamento ou tratamento de doença, ou para modificação de função fisiológica, mas não devido a um erro de medicação.

Já o erro de dispensação pode ser definido como a discrepância entre a ordem escrita na prescrição médica e o atendimento dessa ordem. São erros cometidos por colaboradores da farmácia (farmacêuticos, inclusive) quando realizam a dispensação de medicamentos, portanto, o erro de dispensação é definido como o desvio de uma prescrição médica que pode levar à ocorrência de uma reação adversa.

Tipos de erros de dispensação:

  1. Omissão de dose;
  2. Dose excessiva;
  3. Medicamento prescrito sem horário;
  4. Medicamento prescrito sem quantidade;
  5. Medicamento prescrito sem concentração;
  6. Medicamento prescrito sem forma farmacêutica;
  7. Medicamento dispensado com concentração incorreta;
  8. Medicamento dispensado incorretamente, diferente doprescrito ou não prescrito e dispensado;
  9. Medicamento dispensado em forma farmacêuticadiferente do prescrito;
  10. Medicamento dispensado com desvio de qualidade;
  11. Medicamento dispensado com problemas de rotulagem;
  12. Medicamento vencido;
  13. Medicamento dispensado fora da legislaçãobrasileira.

Tendo em vista esses fatores, é muito importante que o farmacêutico avalie os seguintes itens no receituário:

  • Nome comercial e do princípio ativo do medicamento;
  • Dose prescrita;
  • Concentração;
  • Forma farmacêutica;
  • Posologia e duração do tratamento;
  • Analisar possíveis interações medicamentosas quepossam comprometer a eficácia do tratamento;
  • Verificar a identificação do medicamento e assegurara concordância com o receituário prescrito;
  • Validade do medicamento;
  • Inspecionar visualmente a embalagem e aspecto domedicamento.

Não é aconselhável, de maneira alguma, dispensar medicamentos cujas receitas estejam ilegíveis ou possam induzir a erros ou interpretações errôneas. Caso seja constatada alguma dúvida em relação à prescrição, o medicamento não deverá ser dispensado e o prescritor deverá ser contactado para esclarecimento de dúvidas e confirmação da prescrição.

A causa mais comum dos erros de dispensação está relacionada aos sistemas de dispensação de medicamentos, entretanto muitas são as causas e os fatores que possibilitam a ocorrência destes.

Erros de dispensação podem configurar imperícia, imprudência ou negligência do farmacêutico e podem colocar em risco a saúde física ou mesmo psicológica do paciente além de poder gerar danos temporários ou permanentes. Vale lembrar que o farmacêutico pode responder administrativamente ao conselho de farmácia na esfera ética ou mesmo a processos legais na esfera civil ou penal.

Alguns medicamentos apresentam maior potencial de provocar lesões nos pacientes quando ocorre falha em seu processo de utilização. Isso não indica que os erros com esses medicamentos sejam mais frequentes, mas sim, que sua ocorrência pode provocar danos.

Veja abaixo alguns Medicamentos potencialmente perigosos dispensados em farmácias ▼:

  • Digoxina: Usado para tratar insuficiência cardíaca;
  • Varfarina, heparina injetável: Anticoagulantes;
  • Glibenclamida, Glimepirida: Hipoglicemiantes orais;
  • Insulinas: Hipoglicemiante subcutâneo;
  • Codeína, morfina: Entorpecentes;
  • Midazolam, clonazepam: Ansilíticos e hipnóticos.

Como fazer uma dispensação correta com segurança?

O primeiro passo é →  Ler e interpretar corretamente as prescrições;

Esse fluxo mostra como deve ser feita uma dispensação da forma mais segura possível.

Lembre-se: Na dúvida não DISPENSE

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Ter acesso rápido a fontes de informação confiáveis e atualizadas para esclarecimento de dúvidas;

Manter os medicamentos armazenados em ordem alfabética ou por denominação genérica desenvolvendo processos cuidadosos para armazenamento dos mesmos;

Reduzir distrações, projetar ambientes seguros para dispensação e manter um fluxo ótimo de trabalho;

Usar lembretes para prevenir trocas de medicamentos com nome e pronúncia similares, tais como rótulos diferenciados, notas no computador ou no local da dispensação;

Manter a prescrição e a medicação dispensada juntas durante todo o processo de dispensação;

Comparar o conteúdo da dispensação com as informações da prescrição;

Comparar o conteúdo da dispensação com a informação do rótulo e a prescrição;

Realizar a conferência final da prescrição com o resultado da dispensação. Sempre que possível utilizar a automação, código de barras por exemplo;

Educar e aconselhar o paciente sobre os medicamentos que utiliza;

Investir no treinamento dos colaboradores envolvidos nas atividades de dispensação.

A utilização de medicamentos em todo o mundo traz benefícios consideráveis a toda a população, entretanto os problemas relacionados a este uso, têm trazido prejuízos consideráveis a sociedade, sendo hoje considerado um problema de saúde pública mundial.

(ZANCANARO, 2012)

É um grande desafio prevenir os erros de dispensação. Mudar este quadro é um desafio que nós farmacêuticos devemos assumir, pois não se pode mais conviver com taxas inaceitavelmente altas de erros que ocorrem na assistência ao paciente.

Referências:
  • http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/124/encarte_farmaciahospitalar.pdf
  • http://www.amfar.com.br/apresenta/erros_dispensacao_adminstracao_Simposio_CRFMG_2008.pdf
  • http://www.farmaceuticas.com.br/orientacoes-para-evitar-erros-de-dispensacao/
  • ZANCANARO, Vilmair; ANÁLISES DE ERROS NAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO MEIO OESTE CATARINENSE. Revista Interdisciplinar de Estudos em Saúde, Caçador, v. 1, n. 2, p.62-77, 2012.

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